RUP 7, Eclipse e OpenUP

Esse artigo analisa de maneira breve o lançamento da versão 7 do RUP e a sua ligação com o projeto Eclipse.


RUP 7
A Rational/IBM lançou em 2007 a versão 7 do RUP, que agora está na versão 7.1.
A versão 7 do RUP traz algumas mudanças conceituais que a primeira vista são complicadas de se entender, principalmente porque não há grandes alterações no conteúdo do RUP, mas sim na forma como esse conteúdo foi reorganizado.
A evolução do RUP 7 se baseia na evolução da Linguagem para Modelagem de Processos de Software (SPEM 2.0), gerada pelo OMG (Object Management Group). Essas alterações geram uma abstração maior no RUP posicionando-o mais como arquitetura de métodos do que arquitetura de software. O que faz sentido pois o RUP é um software que suporta uma metodologia para desenvolvimento de software.
O Rational Method Composer é a ferramenta que implementa, ou que é capaz de manipular os metamodelos nos quais o RUP se baseia. É essa ferramenta que possibilita a customização dos conceitos que compõe o Method Content; tasks, roles, work products, e guidance. Os Method Content são organizados pelos processos em atividades, que compõe o ciclo de vida que expressa o trabalho a ser desenvolvido.

A representação bi-dimensional da separação entre
Method Content e Processos do Rational Unified Process

fonte: http://www.ibm.com/developerworks/rational/library/dec05/haumer/

Existe um vasto material sobre RUP 7 na Internet e na sua maioria de autoria da própria Rational/IBM. Os pontos abordados acima são apenas uma pequena descrição das alterações conceituais que ocorreram na versão 7 do RUP.
Para os usuários que estão habituados com o RUP 2003 ou RUP 6, pode parecer que não houve grandes mudanças, pois a Rational manteve ao máximo a compatibilidade entre os elementos principais da metodologia como as disciplinas, fases, iterações, etc, ao mesmo passo que tornou o produto mais modular devido a nova especificação do Software Process Engineering Metamodel (SPEM 2.0).
SPEM é uma Linguagem para Modelagem de Processos de Software e foi incorporado como um profile UML pela UML 2.0. Profile UML pode ajustar a linguagem UML para propósitos específicos, não limitado-a em engenharia de software, mas também cobrindo design e modelagem de outras disciplinas como engenharia mecânica, transformação de negócios, ciclo de vendas, etc.

O que se observa de fato é que a UML ou a OMG (Object Management Group) procura expandir os seus domínios ao adotar o UML Profile.
Se encontra em andamento a discussão da AP233 - STEP's System Engineering Project (Standard for the exchange of product model data - Application Protocol 233) .
Esse projeto é uma colaboração entre a OMG e a INCOSE (International Council on Systems Engineering) que está desenvolvendo extensões de processos de engenharia para a UML. Mas aí tem o dedo de gente muito maior como PDES Inc (a STEP industry consortium) , NIST (National Institute for Standards) , NASA STEP. E o fato é que a IBM com o RUP 7 está seguindo os padrões que são determinados com muito critério pelos grandes players desse conluio entre o mercado e as entidades reguladoras norte americanas.
Vou procurar, quando possível, escrever um artigo sobre padronização e regulamentação nos EUA, mas por hora seguem algums links para quem se interessar, e mais abaixo vamos analisar a estratégia adotada pela IBM para o desenvolvimento do RUP 7.

http://www.ap233.org/
http://delivery.acm.org/10.1145/1270000/1269007/29530004.pdf?key1=1269007&key2=4048487811&coll=&dl=GUIDE&CFID=15151515&CFTOKEN=6184618



OpenUP/BasicUP
Em outubro de 2005, a Eclipse Foundation anuncia a criação do projeto Eclipse Project Framework (EPF), um framework open source para manipular um software/website da metodologia UP. A metodologia Basic Unified Process foi fornecido pela IBM e rebatizada de Open Unified Process (OpenUP) em março de 2006.
Em setembro de 2006, é lançado o Eclipse Project Framework (EPF) e a versão 0.9 do OpenUP.
O Eclipse Project Framework (EPF) é compatível com o RUP 7. Na verdade, o Rational Method Content é "Powered by Eclipse Technology".
A IBM forneceu um processo, o Basic Unified Process e o projeto Eclipse se encarregou de desenvolver o framework que foi empacotado em EPF e RMC.

Caso o usuário queira utilizar o OpenUP, ferramenta e processo, o mesmo está disponível gratuitamente e é uma ótima solução para empresas que queiram experimentar o Processo Unificado.
O Eclipse Project Framework não é compatível com as outras ferramentas de produtividade da Rational, mas a empresa que não quer utilizar o RUP agora, provavelmente não possui as outras ferramentas mesmo.
Para se customizar o processo de acordo com as necessidades do projeto, o OpenUP deve ser instalado juntamente com o Eclipse Project Framework. Caso alguém queira navegar por uma versão padrão disponibilizada na Internet, pode seguir o link abaixo:
http://www.epfwiki.net/wikis/openup/index.htm

O Basic Unified Process é uma versão mais leve do RUP, e que gera um processo ágil para equipes pequenas mas, aplicando os princípios e práticas do RUP, e podendo ser configurado rapidamente por profissionais que disponham de conhecimentos para estabelecer os processos adequados.


Method Composer versus Eclipse Process Framework overview. A fonte em preto nas duas colunas indica funcionalidades presente em releases passados. A fonte azul indica funcionalidades adicionadas na versão 7
Fonte: http://www.ibm.com/developerworks/rational/library/dec05/haumer/



Conclusão
Os profissionais que trabalham com metodologia, engenharia de software/sistemas e gerência de projetos, podem utilizar livremente o OpenUP e o Eclipse Project Framework (EPF) como uma metodologia robusta para desenvolvimento de software.
Eu defendo o uso do Eclipse Project Framework porque me agrada o modelo de negócios gerado no ambiente open source. Quando empresas investem em open source, elas esperam como retorno um aumento na qualidade dos sistemas desenvolvidos pela comunidade open source, uma redução de custo devido ao compartilhamento do trabalho, assim como a fidelidade dos usuários baseada na heurística da lembrança. Quando os profissionais precisarem migrar de OpenUP para uma metodologia mais abrangente e que ofereça mais recuros, além de integração com outras ferramentas, é possível que utilizem o RUP pois saberão que o mesmo lhes é familiar e que o Rational Method Composer e o Eclipse Process Framework são compatíveis. Portanto o fim não é filantropico, mas não pode se negar que esse tipo de cooperação gera resultados que se bem aproveitados, se transformam em benefícios para os profissionais de TI e para a área de TI em geral.



Referências
http://www.eclipse.org/proposals/beacon/
http://www-128.ibm.com/developerworks/rational/library/nov05/kroll/index.html
http://www.ibm.com/developerworks/rational/library/dec05/haumer/
http://www.ibm.com/developerworks/rational/library/jan06/haumer/
http://www.omg.org/cgi-bin/doc?ad/2004-11-4
http://www.eclipse.org/epf/
http://www.epfwiki.net/wikis/openup/index.htm
http://www.uml.org/#UMLProfiles
http://adtf.omg.org/adptf_info.htm
http://www.cin.ufpe.br/~in0980/2006/slides/SPEM.ppt


Revisões
Escrito em 17/08/2007 03:00 em aprox. 5:00 hr
Rev. 0.2.a - 20/08/2007 01:10 em aprox. 1:05 hr
Rev. 0.2.b - 21/08/2007 01:50 em aprox. 2:20 hr
Rev. 1.0.a - 23/08/2007 01:00 em aprox. 2:45 hr
Essa revisão dividiu o artigo original em dois. O outro artigo será publicado
em breve e a URL será disponibilizada.
Rev. 1.0.b - 26/08/2007 01:00 em aprox. 0:35 min
Rev. 1.0.c - 10/09/2007 10:00 em aprox. 0:10 min
publicação da divisão desse artigo em:
http://robsonkoji.blogspot.com/2007/09/configurao-dos-processos-rup.html






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